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12 de mar. de 2011

PASTORAL CONTRA A PEC 308

TEXTO RETIRADO DO SITE DA PASTORAL CARCERÁRIA:
"Abaixo-assinado contra a PEC 308/2004




Carta aberta ao Congresso contra a PEC 308/2004



Câmara/Senado Federal

Praça dos Três Poderes

Brasília – DF



Excelentíssimos Senhores Deputados e Senadores,



Nós, organizações da sociedade civil brasileira abaixo assinadas, viemos nos manifestar contra a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 308/2004 que cria a Polícia Penal. As vantagens de uma emenda constitucional podem parecer cativantes, pois o servidor penitenciário, que hoje vive à mercê da administração e legislação estaduais, passaria a receber reconhecimento e regulamentação em âmbito nacional. Embora seja importante a regulamentação nacional do salário, carga horária e de outras condições de trabalho dos servidores do sistema prisional brasileiro, tal reforma pode e deve ser implementada sem que seja criado mais um órgão policial. Uma Polícia Penal possuiria um conflito de interesse permanente entre os deveres de custodiar presos e investigar crimes, uma fusão de atribuições já reconhecida como problemática dentro do consenso nacional pelo fechamento das carceragens das delegacias da polícia civil. Portanto, a instituição de uma polícia penal implicaria ainda menos transparência e controle externo em um sistema prisional que já sofre de problemas endêmicos de corrupção, violência e violação de direitos.



O dever de custodiar não combina com o dever de investigar. Na proposta de uma Polícia Penal, servidores encarregados das funções de custódia solicitam poderes de polícia, incluindo a investigação de crimes praticados no interior de suas próprias unidades prisionais. Porém, existe hoje um consenso nacional sobre a necessidade de fechar as carceragens das delegacias da polícia civil dada justamente a incompatibilidade entre os deveres de custódia e investigação. A existência de carceragens da polícia civil implica um evidente conflito de interesses e atribuições: nesses locais, quem tem o dever de custódia está simultaneamente encarregado de investigar delitos, muitos dos quais praticados por policiais ou presos no interior das próprias carceragens. Mas enquanto delegados de polícia reivindicam com razão a separação das atribuições de polícia e de custódia, agentes penitenciários clamam hoje pela junção dessas mesmas funções. Essa sobreposição das funções de polícia às de custódia também seria contrária a normas internacionais que buscam diferenciar e separar as funções de custódia das de polícia.



A criação de uma Polícia Penal agravaria a falta de transparência e controle externo do sistema prisional, resultando na piora de problemas endêmicos de corrupção, violência e violação de direitos. Durante décadas, a notória falta de transparência e a ausência de controle externo do sistema têm sido identificadas pela sociedade civil, por autoridades públicas brasileiras e por organismos internacionais — tais como por representantes da ONU (Organização das Nações Unidas), da OEA, membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Carcerária e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) — como falhas essenciais que permitem e promovem a permanência da tortura, do descontrole e outras irregularidades. Por tender a atribuir funções de investigação criminal aos servidores do sistema prisional, a criação de uma Polícia Penal agravaria a natureza fechada e corporativista do sistema prisional brasileiro.



A melhoria das condições de trabalho dos servidores penitenciários não depende da criação de uma Polícia Penal. De fato, reformas para melhorar as condições de trabalho e de segurança dos servidores penitenciários precisam ser implementadas. Mas essas medidas podem e devem ser construídas através da implantação de um plano de cargos e salários em âmbito nacional, sem a necessidade de criação de um novo órgão policial. Na verdade, tornar o servidor penitenciário um policial por si só não resolve os problemas funcionais enfrentados. A grande maioria dos policiais brasileiros também recebe péssimos salários e é submetida a condições precárias de trabalho, como reconhecido pelo Relator Especial das Nações Unidas (ONU), Philip Alston, em 2008.



O Brasil não precisa de mais uma polícia. As atribuições policiais de uma Polícia Penal seriam redundantes às funções das polícias civil e militar. Logo após a Constituição de 1988, debateu-se a possível unificação e desmilitarização das polícias, a fim de livrar o Brasil de um modelo institucional antiquado e vinculado às violações da ditadura militar. Hoje, em enorme retrocesso, não só não se unificaram as polícias como agora se debate a criação de mais uma, o que aumentaria a fragmentação da política de segurança pública e a confusão de funções e comunicações no Estado.



Pelas razões acima expostas, solicitamos a Vossas Excelências a não aprovação da PEC 308/2004.



Respeitosamente,



Pastoral Carcerária

Justiça Global"


COMO SE JÁ NÃO BASTASSE A MOROSIDADE POLÍTICA COM RELAÇÃO A VOTAÇÃO DA PEC 308/04 AINDA TEREMOS QUE ENGOLIR MAIS ESSA! ALGUÉM TEM QUE AVISAR PARA A PASTORAL QUE JÁ EXECUTAMOS ATIVIDADES POLICIAIS A ALGUM TEMPO, INCLUSIVE CORREMOS OS MESMOS RISCOS INERENTES À FUNÇÃO POLICIAL!

4 comentários:

maria josé oliveira disse...

Pelo visto o pastor não entende do assunto de segurança pública e fica se utilizando de sofisma com que intuito não se sabe. No entanto uma coisa é certa: ele já está tentando prejudicar os nobres irmãos policiais penais que estão arriscando a vida em defesa da sociedade.Será que empreender essa batalha contra nossos irmãos é coisa de Deus? fiquei na dúvida...

Anônimo disse...

que pastor o queeeee é catolico mesmo!!! padre!!!! esse bando de catolicos só dao mancada....sao contra o preservativo, foram contra os transplanstes de orgaos humanos, ja vendereram indugencias, e agora querem palpitar sobre segurança publica..afff

Anônimo disse...

Pastoral????? Quem sabe o que é melhor para nós? Estamos todos os dias correndo riscos como qualquer outro membro da segurança pública. Agimos como policiais, trabalhamos como policiais, vivemos como policiais e nosso trabalho é muito mais perigoso e estressante. Acho que ninguem deve se intrometer em algo que não tenha experiencia, por exemplo, certa vez em que houve uma greve de agentes em nosso estado, a policia militar passou a fazer o nosso serviço, e com que resultado? Os presos quebraram todas as celas, não respeitaram os pms, porque não sabiam conduzir o trabalho. Então, a pastoral que vá cuidar do seu serviço, passar a mão na cabecinha dos detentos e tratar eles como criancinhas abandonadas e inocentes.

Anônimo disse...

Pastoral????? Quem sabe o que é melhor para nós? Estamos todos os dias correndo riscos como qualquer outro membro da segurança pública. Agimos como policiais, trabalhamos como policiais, vivemos como policiais e nosso trabalho é muito mais perigoso e estressante. Acho que ninguem deve se intrometer em algo que não tenha experiencia, por exemplo, certa vez em que houve uma greve de agentes em nosso estado, a policia militar passou a fazer o nosso serviço, e com que resultado? Os presos quebraram todas as celas, não respeitaram os pms, porque não sabiam conduzir o trabalho. Então, a pastoral que vá cuidar do seu serviço, passar a mão na cabecinha dos detentos e tratar eles como criancinhas abandonadas e inocentes.